RESUMO
ATUALIDADES 2014 – PARTE IV
Setembro/2014
(cont.)
Crise do Acordo de Bali da
OMC
Os 160 membros da Organização
Mundial do Comércio (OMC) não conseguiram adotar em 2014 o texto concluído em
Bali, durante sua última conferência ministerial de dezembro de 2013, chamado
de protocolo de Acordo sobre Facilitação do Comércio internacional.
Os membros não conseguiram
encontrar uma solução que permitisse eliminar as divergências em torno da
adoção do protocolo relativo ao Acordo sobre Facilitação do Comércio -
que deveria entrar em vigor em agosto de 2014 - declarou o diretor geral da
OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo.
O principal motivo do fracasso do
Acordo de Bali é que a Índia não aceitou as regras sobre estoques de
alimentos previstos no acordo. Na OMC, as decisões têm que ser adotadas por
consenso e um único país pode bloquear o processo.
O acordo compreendia três
pilares:
a) agricultura, com um
compromisso de reduzir os subsídios às exportações;
b) a facilitação de intercâmbios,
que pretende reduzir a burocracia nas fronteiras;
c) a ajuda ao desenvolvimento,
que prevê uma isenção crescente das tarifas alfandegárias para os produtos
procedentes dos países menos desenvolvidos.
Déficit nas contas públicas
O governo da presidente Dilma
Rousseff passou a registrar um rombo nas suas contas em 2014. É a primeira vez
que isso ocorre desde 1997, quando teve início da série histórica.
Com um déficit de R$ 20,399
bilhões nas contas do governo central em setembro, o resultado acumulado no ano
passou de um superávit para um déficit primário de R$ 15,705 bilhões.
Os dados confirmam a rápida
deterioração das contas públicas em 2014. A piora nas contas do governo central
deve levar a equipe econômica a revisar a meta fiscal do ano. O resultado
reflete, sobretudo, o aumento dos gastos do governo nas eleições, as concessões
com desonerações de tributos e baixo crescimento que derrubou a arrecadação.
Os resultado tornou praticamente
impossível o cumprimento da meta de superávit primário para 2014 para o Governo
Central, de R$ 80,774 bilhões, e da meta de R$ 99 bilhões para todo o setor
público.
Outubro/2014
Situação das rodovias
brasileiras – out/2014
Estudo divulgado pela
Confederação Nacional do Transporte (CNT),
em outubro, aponta que 62,1% das principais rodovias do país apresentam
problemas.
A pesquisa avaliou 98.475
quilômetros de estradas federais e estaduais, sob administração pública ou
concessão, o que equivale a 48,4% do total de vias asfaltadas no Brasil
(203.599 quilômetros).
De acordo com o documento, dos
18.960 quilômetros de rodovias sob concessão privada analisados, pouco mais de
4,9 mil quilômetros foram considerados regulares, ruins ou péssimos, o
equivalente a 25,9% do total.
Se consideradas apenas as
rodovias sob gestão pública (federal ou estadual), 70,7%, ou 56,2 mil
quilômetros, são considerados regulares, ruins ou péssimos.
O estudo leva em consideração a
situação do pavimento, sinalização e a geometria das rodovias (desenho da
estrada). Sendo este último, a principal falha encontrada.
Protestos em Hong Kong
O governo chinês enfrentou - em
outubro - seu maior desafio político desde 1989, ano do Massacre da Praça da
Paz Celestial, quando manifestantes foram às ruas pedir mais liberdade e foram
violentamente reprimidos.
Desta vez, quem tenta se impor é
Hong Kong, ilha que viveu sob o domínio britânico por décadas, foi devolvida à
China em 1997 e é um dos maiores centros financeiros do mundo.
Dezenas de milhares de pessoas se
concentraram em frente à sede do governo de Hong Kong para protestar contra o
Partido Comunista (PC) da China, defender a democracia e o direito de escolher livremente
seu governante em 2017, como estava acertado.
O movimento foi apelidado de a
Revolução do Guarda-Chuva, por ser a forma que os manifestantes se protegem do
gás lacrimogêneo e do spray de pimenta disparado por policiais.
O estopim foi a declaração de
Pequim de que o cargo de governança da ilha seria disputado apenas por
candidatos aprovados antecipadamente por um comitê representativo do PC,
decisão que causou revolta aos moradores.
Apesar da pressão popular, o
governo do presidente Xi Jinping reiterou que não fará concessões aos
militantes, acrescentando que a causa está “condenada ao fracasso”. Para o PC
chinês, há 65 anos no poder, manter-se firme em suas posições significa evitar
o fortalecimento de outros grupos oposicionistas.
Nobel da Paz
O Nobel da Paz de 2014 foi
concedido à adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, a mais
jovem a receber o prêmio na história, e ao indiano Kailash Satyarthi por
sua luta contra a exploração das crianças e a favor do direito à educação.
Malala Youzafzai, inimiga
dos talibãs por ser um símbolo da luta pelo direito à educação das mulheres, se
tornou aos 17 anos a pessoa mais jovem a receber o Nobel nos 114 anos de
história do prêmio.
Há vários anos Malala é uma
ativista do direito à educação das meninas. A adolescente foi alvo de uma
tentativa de assassinato no Paquistão em 9 de outubro de 2012 e ficou entre a
vida e a morte.
Kailash Satyarthi presta
auxílio às crianças e às mulheres que são exploradas como escravas nas fábricas
indianas, nas quais executam tarefas pesadas e são vítimas de todo tipo de
violência, inclusive sexual.
Eleições no Brasil
O 2º turno entre Dilma Rousseff
(PT) e Aécio Neves (PSDB) teve a disputa mais apertada para presidente desde 1989, quando o
país voltou a ter eleições diretas para presidente. A petista terminou com
51,64% e o tucano, com 48,36% dos votos válidos.
Em 1989, Fernando Collor de Mello
(PRN) foi eleito no segundo turno, com 53,03% dos votos válidos, contra 46,97%
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) ganhou no primeiro turno, com 55,22% dos votos válidos (1994) e 53,06%
(1998).
Em 2002, após três derrotas, Lula
(PT) foi eleito pela primeira vez ao alcançar 61,27% votos válidos no segundo
turno, contra 38,73% de José Serra (PSDB). Em 2006, Lula (PT) foi reeleito no
segundo turno, com 60,83% dos votos válidos, contra 39,17% de Geraldo Alckmin
(PSDB).
Em 2010, quando conquistou seu
primeiro mandato, a petista Dilma Rousseff também foi eleita no segundo turno.
Na época, ela superou o tucano José Serra. Dilma foi eleita em 2010 com 56,05%
dos votos válidos, contra 43,95% de Serra.
Os brasileiros colocaram mais
seis partidos no Congresso Nacional
na eleição realizada em 2014. Com isso, o Legislativo Nacional estará mais
fragmentado a partir de 1º de janeiro de 2015 – com 28 partidos, em vez dos 22
eleitos em 2010.
No Senado as maiores bancadas são do PMDB, PT e PSDB respectivamente.
Já na Câmara dos Deputados as
maiores bancadas são do PT, PMDB e PSDB respectivamente.
O PMDB foi o partido que mais
conquistou governos estaduais
- encerrado o segundo turno das eleições 2014 —sete governadores eleitos ao
todo. Em seguida, aparecem o PSDB e PT, com cinco estados cada um.
Em comparação com 2010, o PSDB
elegeu menos governadores do que nas últimas eleições, em que aparecia em
primeiro com mais eleitos (8 em 2010 – 5 em 2014). O PT manteve o mesmo número
de governos (5 em 2010 e 2014) e o PSB também caiu (6 em 2010 - 3 em 2014).
No PMDB o destaque foi a
reeleição do governador Luiz Fernando Pezão no RJ e a eleição de José
Ivo Sartori no RS no 2º turno. No
PT, os destaques foram as vitórias de Fernando
Pimentel em MG e Rui Costa na BA, ambas no 1º turno.
No PSDB, o destaque foi a
reeleição de Geraldo Alckmin em SP, também no 1º turno.No PSB, o
destaque foram as vitórias de Paulo Câmara em PE e de Rodrigo
Rollemberg no DF no 1º e 2º turnos respectivamente.
Desmatamento da Amazônia
Pesquisador do Centro de Ciência
do Sistema Terrestre (CCST), braço do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) analisou mais de 200 artigos científicos sobre a Amazônia e sua relação
com o clima e as chuvas no Brasil.
O estudo concluiu que o
desmatamento dessa região influencia a falta de água sentida nas regiões mais
populosas do país, incluindo o Sudeste. A diminuição da quantidade de
árvores no bioma impede o fluxo de umidade entre o Norte e o Sul do país,
aponta o estudo divulgado em outubro.
A retirada da cobertura vegetal
interrompe o fluxo de umidade do solo para a atmosfera. Desta forma, os “rios
voadores”, nome dado a grandes nuvens de umidade, responsáveis pelas chuvas,
que são transportadas pelos ventos desde a Amazônia até o Centro-Oeste, Sul e
Sudeste brasileiros, não “seguem viagem”, causando a escassez hídrica.
O relatório “O Futuro Climático
da Amazônia”, encomendado pela Articulação Regional Amazônia, rede composta
por várias associações sul-americanas, tenta explicar as possíveis causas e
efeitos da mudança climática recente e apresenta soluções que minimizariam os
impactos negativos dessas alterações.
Delação premiada: caso
Petrobras
O ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef fizeram acordo de delação premiada e
prestaram depoimento à Justiça Federal em outubro. Eles são os principais
personagens da operação Lava Jato da Polícia Federal.
Deflagrada em março de 2014 pela
Polícia Federal, a operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou
cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com a PF, as investigações identificaram um
grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.
A Lava Jato prendeu, entre outras
pessoas, o doleiro paranaense Alberto Youssef, que tem fortes ligações
no meio político, e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa, suspeito de receber propina do esquema de corrupção.
A apuração da PF também trouxe à
tona indícios de ligação entre Alberto Youssef e o deputado federal André
Vargas (sem partido-PR).
FONTES
www.estadao.com.br
www.g1.globo.com
www.istoe.com.br
www.uol.com.br