RESUMO ATUALIDADES 2015 – PARTE IV
Setembro/2015
Conflitos
da Venezuela
Em julho de 2015, o presidente venezuelano Nicolás
Maduro reivindicou a soberania da região do Essequibo na Guiana. A disputa pelo território situado em dois terços do
solo guianense é antiga e remonta ao final do século XIX, quando a fronteira
entre os dois países foi delimitada.
O presidente da Guiana, David Granger, reclamou que
seu país está sendo alvo de provocações e afirma que a questão foi resolvida no
século XIX. Para ele, o que estaria por trás do atual
interesse da Venezuela são as recentes descobertas de grandes jazidas de petróleo
e recursos naturais na região. Granger busca apoio do Brasil e do Tribunal de
Haia para mediar o conflito.
Em agosto de 2015, uma emboscada feriu alguns
militares venezuelanos que patrulhavam a região de fronteira com a Colômbia na
tentativa de evitar o contrabando de alimentos e combustíveis. Três militares
venezuelanos ficaram feridos.
Como resposta, mil colombianos que viviam
ilegalmente no país vizinho foram deportados pelo governo do presidente
Nicolás Maduro, que chegou a fechar parte da divisa e a decretar estado de
exceção nos municípios da região. O presidente afirmou que estava evitando a ação de
milicianos envolvidos no contrabando e no narcotráfico.
A expulsão em massa e o fechamento da fronteira
agravaram as relações entre Colômbia e Venezuela. Segundo declarações do presidente colombiano Juan
Manuel Santos, as ações de Maduro têm motivação de natureza política interna devido às eleições legislativas no final do ano.
Oscar
2016
O longa-metragem "Que horas ela volta?",
de Anna Muylaert, é o filme que representará o Brasil na disputa por uma vaga
entre os finalistas do Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar
2016, promovido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de
Hollywood.
O drama dirigido por
Anna Muylaert apresenta os conflitos vividos entre Val (Regina Casé) e sua
filha, Jéssica (Camila Márdila). Trabalhando como doméstica em uma casa de
classe média alta, Val reencontra a filha depois de 13 anos, quando a jovem vai
prestar o vestibular em São Paulo.
Descoberto
planeta semelhante à Terra
O planeta mais parecido com a Terra foi
descoberto pela Nasa. Segundo a agência espacial norte-americana, o Kepler
452b faz parte do grupo de planetas situados em zonas habitáveis, aqueles
que orbitam em uma região delimitada pelo brilho de uma estrela e que possuem a
distância ideal para que a temperatura possibilite a existência de água líquida
em sua superfície.
Distante a 1.400 anos-luz e com um diâmetro 60%
maior do que o da Terra, o Kepler 452b está localizado na constelação de
Cygnus e orbita uma estrela parecida com o Sol. A volta completa em torno
dela dura 385 dias, o que torna o ano completo muito parecido com o nosso.
Outubro/2015
Acordo
de Associação Transpacífico
Em
outubro de 2015, Estados Unidos, Japão,
México, Peru, Chile, Canadá, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei, Austrália e
Nova Zelândia assinaram o Acordo de
Associação Transpacífico (TPP). O bloco reúne 12 países, que representam 40% do PIB global.
Oficialmente,
o TPP pretende eliminar ou reduzir as
barreiras alfandegárias entre os países membros, facilitar o acesso a
mercados de bens, serviços e investimentos, bem como criar um mecanismo de
ajuste e atenuação de problemas comerciais.
A
história desse acordo começa em 2005, com o acordo entre Brunei, Chile,
Cingapura e Nova Zelândia. Ao longo dos anos gerou interesse em outros países e
passou a ter mais membros, até chegar a um novo grupo com 12 países.
Meta
de redução de emissões
O Brasil
anunciou recentemente que reduzirá suas emissões de gases de
efeito estufa em 37% até 2025 e 43% até 2030, mas a presidente Dilma
Rousseff afirmou que o objetivo já inclui esforços realizados desde 2005 de
combate ao desmatamento.
A
presidente apresentou as metas do país durante discurso na Assembleia Geral das
Nações Unidas em Nova York, afirmando que estas são tão ou mais ambiciosas que
aquelas dos países mais desenvolvidos.
Países
estão submetendo suas metas para reduzir as emissões antes das negociações
globais sobre o clima em Paris no final do ano. Até agora, as metas são
estimadas para limitar o aquecimento global a 3 graus Celsius.
O
Brasil também planeja reduzir as emissões ao aumentar a participação de
energia renováveis (excluindo as grandes hidrelétricas) em geração para 23%
até 2030 ante 15% atualmente.
Prêmio Nobel da Paz
O Quarteto
de Diálogo Nacional da Tunísia ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2015,
"por sua decisiva contribuição para a construção de uma democracia
pluralista no país durante a revolução de 2011", segundo o comitê que
entrega o prêmio.
Ele
é composto por quatro organizações: a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT),
a União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (UTICA), a
Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT) e a Liga Tunisiana dos
Direitos Humanos (LTDH).
O
prêmio foi entregue em dezembro em Oslo, na Noruega.
Novembro/2015
Atentados em Paris
Em
uma noite de pânico e terror, sete atentados simultâneos atingiram na
sexta-feira, 13/11, pontos distintos de Paris, no que pode ser o maior ataque
terrorista da história francesa. De acordo com informações da imprensa
francesa, apenas na boate Bataclan, mais de 100 pessoas teriam sido mortas por
dois terroristas que gritavam "Deus é Grande" em árabe. Os alvos,
além da boate, foram um restaurante e o Stade de France, palco da final da Copa
de 1998. Nesses locais, ao menos mais 40 pessoas foram mortas em ações com
atiradores e homens-bomba.
O
grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques em Paris, em um comunicado publicado na
internet, afirmando que a França continuará a ser um de seus principais alvos.
Segundo
o comunicado, os ataques de Paris seriam uma resposta aos "bombardeios
contra os muçulmanos em terras do califado", um termo geralmente utilizado
para designar as regiões do Iraque e da Síria controladas pelo EI.
A
França, que participa de uma coalizão internacional, realiza ataques aéreos
contra os jihadistas no Iraque e na Síria.
Eleições na Argentina
O
empresário Mauricio Macri é o novo presidente da Argentina. Atual prefeito de Buenos Aires, ele é ex-presidente do clube Boca
Juniors e líder de uma frente de centro-direita opositora do atual governo de
Cristina Kirchner.
Macri
foi eleito no domingo (22/11), na primeira vez na história do país em que uma
eleição presidencial foi decidida no segundo turno, e vai governar por quatro
anos. Ele irá assumir a presidência no dia 10 de dezembro deste ano.
O
resultado após a realização do inédito segundo turno gerou festa entre os
apoiadores de Macri e lágrimas entre eleitores de Daniel Scioli - candidato
apoiado pela presidente Cristina Kirchner, que governa o país desde 2007 e é
viúva do falecido presidente Néstor Kirchner (2003-2007). A Argentina teve 12
anos de kirchnerismo no poder.
Esta
é a primeira vez um líder da direita liberal chega ao poder pelas urnas em
eleições livres, sem o apoio de uma ditadura, fraudes ou candidatos proscritos.
Reunião do G20
Os
líderes do G20,
na cúpula de Antalya, Turquia,
propuseram medidas conjuntas para lutar contra o terrorismo e prevenir novos
atentados, depois dos eventos de Paris. Os líderes do G20 pretendem tomar
medidas contra a crescente circulação de terroristas estrangeiros.
Os
líderes do G20 também estão determinados a alcançar um acordo na Conferência do Clima de Paris (COP21), que
respeite o objetivo de limitar o aquecimento do planeta a dois graus.
Já o
dossiê econômico discutiu a desaceleração da economia chinesa, que preocupa os
mercados e os países emergentes.
Economia recua 1,7% no 3º trimestre
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,7% no
terceiro trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores. Considerando
o período de julho a setembro, essa
retração é a maior da série histórica, que começou em 1996.
No segundo trimestre, o PIB já havia recuado
2,1% (segundo dado revisado). Com esse resultado, a economia brasileira segue
em recessão.
Neste trimestre, a queda foi disseminada nos
três setores da economia que entram no cálculo do PIB. A agropecuária registrou
retração de 2,4%, a indústria, de 1,3%, e os serviços, de 1,0%.
Dezembro/2015
Pedido de impeachment de Dilma Rousseff
O
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido
de impeachment contra a presidente em 02/12. Cunha deu aval à representação
ingressada no dia 21 de outubro pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale
Júnior e Janaína Paschoal e que foi endossada por partidos de oposição.
O
documento protocolado pelos juristas traz uma série de alegações técnicas e
jurídicas para sustentar os argumentos de que a petista deve perder o cargo por
ter cometido crimes de responsabilidade ao incidir na prática das chamas
pedaladas fiscais em 2015.
A
autorização de Cunha é apenas o primeiro passo para o processo de impeachment.
Posteriormente, deve ser criada uma comissão composta por representantes de
todas as bancadas da Câmara para emitir um parecer favorável ou contrário à
continuidade da ação e será aberto prazo para a presidente apresentar sua
defesa.
O
processo ainda precisa ser colocado em votação pelo presidente da Câmara e
aceito por pelo menos dois terços dos deputados - ou seja, 342 congressistas.
Pec da Bengala
O
Congresso Nacional derrubou na terça-feira (1º/12) o veto da presidente Dilma
Rousseff à elevação de 70 para 75 anos da aposentadoria compulsória em todas as
esferas do serviço público do país.
A
proposta prevê que, além dos servidores da União, dos estados e dos municípios,
também serão beneficiados com a nova regra os integrantes do Judiciário, do
Ministério Público, das Defensorias Públicas e dos Tribunais e dos Conselhos de
Contas.
A
mudança no teto de aposentadoria do funcionalismo havia sido aprovada em
setembro pelo Congresso Nacional. No mês seguinte, Dilma vetou a proposta com a
justificativa de que havia um vício de origem na tramitação do projeto.
COP-21- Cúpula do Clima de Paris
Os 195 países reunidos
na cúpula do clima concordaram em reduzir as emissões de gases do efeito
estufa.
Após duas semanas de
negociações, os políticos chegaram a um consenso, assumindo um compromisso
ambicioso: limitar a subida da temperatura a 1,5 graus em relação à era
pré-industrial.
O Acordo de Paris
envolve, pela primeira vez, todos os países do mundo na luta contra as
alterações climáticas e o aquecimento global.
No compromisso,
juridicamente vinculativo, os países comprometem-se a reduzir
significativamente o uso de combustíveis fósseis para apostar nas energias
renováveis.
Relativamente aos
recursos financeiros, o documento prevê o financiamento aos países em
desenvolvimento após 2020.
Assim, cada país
deverá, daqui em diante, estabelecer os seus objetivos com vista a atingir as
metas definidas. E uma reunião para balanço dos compromissos assumidos ocorrerá
em 2025.
Os casos
de microcefalia no Brasil aumentaram 41% na primeira semana de dezembro,
informou o Ministério da Saúde.
A
microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro do feto não se
desenvolve de maneira adequada.
Além
de trazer risco de morte, a condição pode ter sequelas graves para os bebês que
sobrevivem, como dificuldades psicomotoras (no andar e no falar) e cognitivas
(como retardo mental).
O
Governo federal afirmou que há uma correlação entre o aumento dos casos de
microcefalia e o zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, mosquito que também transmite
quatro tipos de dengue e outra doença nova, a chikungunya.
O
país adotará novos critérios para considerar os casos suspeitos de microcefalia
– até o momento, eram contabilizados os bebês com perímetro cefálico menor ou
igual a 33 centímetros e, a partir de agora, só serão incluídos na estatística
de casos suspeitos os que nascem com 32 centímetros ou menos, medida adotada
pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
IDH-2015
O
Brasil perdeu uma posição no ranking que mede o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) dos países e ficou em 75º lugar em 2014, segundo relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU) sobre 188 países, divulgado na
segunda-feira (14/12). Quem passou à frente do Brasil no ano passado foi o Sri
Lanka.
O
IDH é medido a partir de quatro indicadores: esperança de vida ao nascer;
expectativa de anos de estudo; média de anos de estudo (da população até o
momento); e renda nacional bruta per capita (toda a renda do país dividida pelo
número total da população).
De
acordo com o estudo, a Noruega ocupa a primeira posição do ranking de
desenvolvimento humano da ONU e bNíger o último.
Entre
os países vizinhos com IDH melhor que o Brasil estão Venezuela (71º), Chile
(42º) e Argentina (40º).Apesar de ter ficado atrás de alguns países latinos no
ranking, o país teve o maior crescimento de IDH da América do Sul entre 1990 e
2014.
Um
dos componentes do índice deu seu primeiro sinal de piora em 2014 – após anos
consecutivos de alta, a renda média do brasileiro teve uma queda de 0,74% na
comparação com 2013, passando de US$ 15.288 para US$ 15.175.
Fontes
www.estadao.com.br
www.istoe.com.br
www.g1.globo.com
www.uol.com.br